Ansiedade: do normal ao patológico
- Maria Eugênia Bruni | Psicóloga Clínica
- 3 de set. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 6 de dez. de 2024
A ansiedade é uma emoção presente em todos os seres humanos. Assim como o medo, a alegria e a tristeza, a ansiedade faz parte da nossa experiência diária e é uma resposta natural do corpo diante de situações que exigem atenção e preparo. Muitas vezes, a ansiedade é mal compreendida e vista apenas como um sinal de que algo está errado, mas, na verdade, ela desempenha um papel crucial em nossa sobrevivência e adaptação.
Em níveis moderados, a ansiedade é uma emoção adaptativa e necessária. Quando enfrentamos desafios como uma entrevista de emprego, uma prova importante ou até mesmo um encontro social, a ansiedade nos prepara para essas situações, aumentando nossa vigilância e motivação. Ela nos ajuda a estar alertas e prontos para responder de forma eficiente. Sem a ansiedade, talvez não conseguíssemos lidar de maneira tão eficaz com as demandas que a vida nos impõe.
Normalizar a ansiedade é fundamental. Assim como sentimos tristeza diante de uma perda ou alegria em momentos de conquista, é natural sentir ansiedade diante de situações que exigem esforço ou enfrentamento. Essa emoção não deve ser vista como um problema por si só, mas como uma resposta emocional legítima, que sinaliza que algo é importante para nós.
No entanto, a ansiedade pode deixar de ser uma aliada e se tornar um problema quando passa a dominar nossa vida. Quando ela deixa de ser uma resposta pontual e começa a estar presente de maneira constante e intensa, interferindo em nossas atividades cotidianas, pode ser um sinal de que estamos diante de uma condição patológica. Na psicologia, o transtorno de ansiedade é caracterizado por preocupações excessivas e persistentes que fogem do controle e geram sofrimento significativo. Segundo o DSM-5-TR (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), a ansiedade patológica inclui sintomas como agitação, fadiga, dificuldade de concentração, irritabilidade, tensão muscular e problemas de sono, entre outros.

É importante estar atento a esses sinais e buscar ajuda profissional quando a ansiedade começa a limitar sua vida, prejudicando suas relações, trabalho ou estudos. Procurar um psicólogo ou psiquiatra pode ser o primeiro passo para retomar o controle e melhorar sua qualidade de vida. Terapias como a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) e a Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT) têm se mostrado eficazes no tratamento dos transtornos de ansiedade, ajudando o indivíduo a identificar padrões de pensamento e comportamento que perpetuam a ansiedade e a desenvolver estratégias para lidar com ela de maneira mais saudável.
A ansiedade é, sim, uma parte natural da experiência humana, mas é essencial reconhecer quando ela ultrapassa os limites do normal e se torna um problema. E, nesse momento, buscar ajuda é um ato de cuidado consigo mesmo.